quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Artigo de Opinião produzido.

O toque de recolher

Segundo a portaria 8/2009, o juiz da 1ª vara criminal e do anexo da infância e da juventude de Fernandópolis, cidade localizada no noroeste paulista, com mais de 60 mil habitantes, cerca de 10 mil com menos de 18 anos. Na tentativa de controlar o comportamento dos jovens, a justiça implantou na cidade a partir de 2005, o chamado “toque de recolher”, dos jovens menores, na qual não poderão permanecer fora de casa a partir das 23 horas.
A população é a favor dessa medida, assim os jovens menores não poderão circular sozinhos pela cidade, e será mais fácil controlar a criminalidade entre essa faixa etária.
Como resultado, já foi comprovado a redução de 80% dos atos infracionais em Fernandópolis, desde quando foi aderido o toque de recolher, em 2005 foram 378 ocorrências, contra 329 em 2006, 290 em 2007 e apenas 74 no próximo ano. Nos vários tipos de infrações, a maior queda foi em relação aos furtos, que caíram 91%.
No entanto, o conselho nacional dos direitos da criança e do adolescente, é contra esse tipo de postura, pois afirma que a medida fere o direito à liberdade e esconde os problemas em vez de resolvê-los.
Penso que essa medida adotada na comunidade é de extrema necessidade, não somente para melhorar a qualidade de vida dos jovens, mas também pelos efeitos refletidos na sociedade, não podemos fechar os olhos diante da crescente violência desencadeada pelo consumo de álcool e drogas. É claro que não cabe apenas ao poder público solucionar de vez esta questão que se apresenta à sociedade brasileira, a família também tem a obrigação de estar presente, e a comunidade tem de estar preparada para melhor educar essa geração, afinal são os jovens de hoje os cidadãos do futuro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comentário crítico sobre o debate acontecido no curso do dia 05/11/2011.

Foi uma atividade motivadora e descontraída que envolveu a participação de todos, despertando a atenção e a argumentação.
O debate é um bom momento para treinar a produção de textos opinativos, pois começa na oralidade o exercício da argumentação, que será sistematizado posteriormente na escrita.

Avaliação dos dois primeiros encontros

Os encontros do curso Gênero Textual em foco: Artigo de Opinião estão sendo bons momentos para análise de textos opinativos e de troca de experiências.
Para nós, iniciantes na carreira docente, percebemos que a sequência didática oferecida para se ensinar o gênero, vem de encontro com as nossas necessidades, contribuindo para o nosso crescimento, uma vez que todo estudo auxilia para aprimorar o trabalho em sala de aula.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Artigo retirado do material "Olimpíadas de Língua Portuguesa"

Corrupção cultural ou organizada?
RENATO JANINE RIBEIRO

Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção

Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política -por sinal, praticada por gente eleita por nós.
Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.
Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada -que mencionei acima- não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo) .
Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura
Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos -- e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.
Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor -- gastos não republicanos -- montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados -da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.
O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.
Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade.
Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia -- e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.
Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos.
Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.
Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.
A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata -porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança-, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.


Folha de S. Paulo. 28/6/2009 RENATO JANINE RIBEIRO, 59, é professor titular de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da USP. É autor, entre outras obras, de "República" (coleção Folha Explica, Publifolha).

Charge


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Deve-se dar esmolas?

           Esmola é o que se dá por caridade a alguém que necessita. Deve ser evitada e utilizada em último caso, quando todas as outras alternativas falharam. A todo ser humano, qualquer que seja a situação em que esteja vivendo, é preciso garantir dignidade. Desde o direito à privacidade, ao livre arbítrio, à educação, até o direito ao trabalho através do qual se entende que a própria pessoa possa administrar sua vida e obter o que necessita para viver.
            Quando uma família se desestrutura, quando enfrenta alguma tragédia, doença prolongada de seu chefe, ou alguma impossibilidade para o trabalho, deve-se entender que esta situação não é definitiva e tem que ser encarada como passageira. Neste momento, quando se recorre à esmola, leva-se junto com ela também a humilhação, o rebaixamento à condição de favor. Ou seja, junto com o ato da caridade está implícito o ato de vontade: dou porque quero, não tenho obrigação. Com a esmola o direito acaba e o necessitado perde a condição de ser humano sujeito de direitos e passa à condição de objeto que vai receber alguma coisa dependendo da vontade de quem dá ou de quem a administra.
            Por não se tratar de direitos, a administração da esmola também não tem critérios objetivos, ou seja, dá-se a quem vê, a quem está mais perto e nem sempre a quem mais necessita. Uma sociedade que conta com políticas públicas para crianças, idosos, doentes e desempregados não precisa lançar mão de esmolas. A manutenção de políticas sociais estáveis, além de garantir a universalidade do atendimento, ou seja, o serviço ou o benefício tem que atingir a todos que dele necessitam. A esmola só serve para deixar em paz a consciência de quem a dá. Ainda assim, a paz é falsa.

                          

           Alda Marco Antônio. In: IstoÉ. Edição 1394 de 19/06/1996. Livro didático - Linguagem Criação e Interação.  Cássia Garcia de Souza e Márcia Paganini Cavéquia. Ed. Saraiva

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bullying: Vamos acabar com esse mal

     A escola é um lugar de aprendizado e companheirismo, mas ultimamente tem se tornado palco de comportamentos preconceituosos e inaceitáveis, transformando a vida escolar de vários alunos em um verdadeiro inferno.
     Segundo a notícia publicada na Agência do Estado, em 18/09/2009, fazendo referência a agressão sofrida pelo menino Marco Antônio, de apenas 09 anos, que foi alvo da intolerância dentro da escola, por ser gago, nos mostra essa triste realidade.As vítimas desse mal, geralmente tem uma característica considerada negativa pelos colegas de classe.
     Muitas vezes, é difícil identificar esse tipo de agressão, pois as vítimas na maioria das vezes, guardam para si todo o sofrimento, no caso de Marco Antônio, só foi descoberto por que devido a agressão o menino teve de ser levado a um hospital.
     Não podemos ignorar as possíveis conseqüências dessas intimidações, que pode levar as vítimas a se tornarem adultos solitários, transtornados e vingativos, levando-os até mesmo a reações extremas, como temos visto em noticiários, onde um homem entra em uma escola com uma arma disparando loucamente contra as pessoas, e depois disso, descobrimos que este foi um aluno que sofreu bullying.
     Por isso, é nosso dever evitar que essas brincadeiras se tornem rotina dentro da escola. É necessário em primeiro lugar que seja feito um trabalho voltado a conscientização, além de iniciativas importantes como a intervenção dessas práticas na sala de aula, aumentando a supervisão na hora do intervalo, onde as práticas de violência são mais freqüentes, e principalmente, levar pra dentro da escola projetos que tratem desse assunto tão importante que é o combate à violência.
     Assim não estaremos apenas evitando o bullying, mas também construindo um mundo melhor, com pessoas melhores.